Meu coração

   Andei sem destino por uma longa estrada. Larguei meu coração quebrado no meio do caminho. Larguei para que outra pessoa pudesse encontra-lo e fizesse melhor uso dos cacos que sobraram. Se foi difícil abandona-lo? Sim, demasiadamente. Mas não foi difícil largar a dor que badalava junto com suas batidas.
   O preço imposto à paz é muito grande e muitas vezes não estamos dispostos a pagá-lo. O preço do amor é mais alto ainda. Carregar consigo a dor de uma rejeição tão explicita e uma manipulação tão cruel faz pensar duas vezes se vale a pena por seu coração em jogo por alguém que nem sequer liga para o que é bom ou não para você. 
   E mesmo assim nos jogamos de cabeça, num abismo que nem sabemos ao certo onde levará e quando finalmente sentimos o baque de nossos corpos de encontro ao chão, sabemos que é a hora de parar. Quantas vezes mais temos que cair de cabeça para deixarmos de dar 100% de nós para quem não nos dá ao menos 1? 
  Então levantamos e seguimos com nossos demônios, sempre tentando-nos a fazer outra burrice passional. Há quem diga que se não arriscar nada nunca dará certo... A que preço? Muitos confundem essas palavras com se submeter ao domínio do outro apenas para não ser abandonada... A que preço? Não é melhor estar só do que ser feita de brinquedo?
   Então eu levantei, escalei o abismo e saí andando pelo primeiro caminho que eu encontrei, e no meio dele, numa caixa com fitas coloridas, deixei meu pobre coração, machucado e amargurado, para que alguém o encontre e cuide, e um dia, quem sabe, eu vá vê-lo de novo e poder eu mesma realizar seus sonhos.
                          Crônicas de uma menina solitária.
                                  BJK's,
                                     ASS: JUB's

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