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Mostrando postagens de 2018

Memórias

   Você se foi, mas eu prometi que não olharia para trás. Não, eu não poderia ficar relembrando a todo tempo nossos momentos, nossos beijos, nossas aventuras. Então eu tentei fingir que você não existia. Tranquei o que era seu no fundo do armário e no fundo do coração. Por alguns dias consegui sair de casa sem aquele aperto chato no peito ou as lágrimas nos olhos.    Mas não dá para fugir. As lembranças foram mais rápidas que eu e me pegaram na primeira esquina. Foi como um soco na barriga, um tapa na cara ou qualquer coisa que você possa associar à dor e surpresa. Foi naquela esquina, aquela mesma que nos conhecemos. Eu com um vestido amarelo e você com o sorriso brincalhão. Foi como reviver o início do sentimento e... o fim dele.    Tentei sair de lá, mas era convidativo demais pensar em você, pensar em nós. Preciso dizer que achei que não teria um fim. Achei que era o meu conto de fadas. Pensei que acordaria todos os dias com o seu sorriso e o seu j...

Só sinto que...

   Faz tempo que eu não sento para escrever. Talvez por falta de inspiração ou por medo de colocar no "papel" o que eu estou sentindo. Quem sabe, eu nem tenha noção do que sinto. Passei a vida pensando que aos 18 anos todos os meus problemas estariam resolvidos. Mas, não, muito pelo contrário.    Já faz um ano e nada saiu do lugar, ou melhor, tudo saiu do lugar. Sinto que eu sou uma cama e a minha vida é como aqueles lençóis de elástico, quando ajeito um lado o outro canto solta. Pensar em metáforas ajuda a entender a mim mesma. É complicado olhar no espelho e não saber quem te olha de volta. É difícil não reconhecer a si mesma.    Hoje em dia resolver problemas com os outros se tornou muito "fácil". Não quer mais falar com uma pessoa? Exclui o contato. Se irritou e não quer que ela fale com você? Bloqueia no WhatsApp. Não quer vê-la mais? Exclua de todas as redes sociais. Mas o que fazemos quando os nossos problemas são conosco?     Me sint...

Cidade de Deus ou Inferno na Terra?

Por Juliana Magano    Em 2002 foi lançado a adaptação cinematográfica do romance Cidade de Deus, de Paulo Lins. O filme ilustra as transformações ocorridas no complexo habitacional de mesmo nome. A narrativa é feita quase sempre em primeira pessoa pelo personagem Buscapé, morador da Cidade de Deus.    No longa-metragem é possível ver a evolução do crime organizado nesse complexo e a forma como ele toma conta da vida de seus moradores. O longa começa com o Trio Ternura, um grupo criminoso que atuava na região roubando caminhões de gás e realizando pequenos assaltos. O trio acabou devido a falhas no assalto a um motel da região. A partir desse momento a lacuna de poder é preenchida por criminosos passageiros.    Nesse meio tempo, Dadinho, autor do fracasso no assalto ao motel, cresce tanto em idade como em criminalidade. Após mudar seu nome para Zé Pequeno toma a maioria dos pontos de venda de drogas, com exceção da parte do traficante Cenoura. Dessa r...

Terceira idade- Superando Limites

Por Juliana Magano Idosos provam que idade é apenas um número e que a juventude está no modo de pensar e agir Ela acorda às seis da manhã e trabalha até às sete da noite. Durante a tarde concilia o trabalho com a sua formação continuada de psicanálise. Já viajou o país inteiro e leva consigo um pedaço de cada lugar por onde passou. Faz exercícios três vezes por semana e ainda arruma tempo para cuidar de seu estúdio de pilates. Ela poderia ter 20, 30 ou 40 anos, mas não. Marcia Maria Soares, 62 anos, engenheira eletrônica aposentada pelo Instituto de Pesquisas da Marinha e psicanalista atuante, se encaixa no conceito de nova terceira idade , ou seja, pessoas acima dos sessenta anos, ativas e com melhores condições de vida. Com o aumento do número de idosos devido a avanços técnico-científicos e a melhoria dos cuidados com a saúde, mudou-se a visão do século XIX de que a vida termina aos quarenta. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período...