A menina citadina

Saiu do campo almejando algo novo,
Sempre sorrindo no meio do povo,
Pegou suas malas e partiu para a cidade,
Quem desconfiaria daquela férrica beldade?

Chegando lá não havia aquilo que prometeram,
Outras atrocidades a partir dali se sucederam,
Todo dia se dispunha à trabalhar nas fábricas cinzentas,
Jogando carvão nas fornalhas calorentas.

Com os trajes moribundos volta à casa,
Regressa sozinha com as mão fedendo a brasa,
Não é seu o dinheiro que ganhou no trabalho,
É da dona da casa que lembra, da sua fazenda, o espantalho.

Assustada e desnorteada a vida da menina segue,
Toda manhã sua cabeça se ergue,
E lá vai pela cidade na surdina,
Tentando ganhar a vida a pobre menina citadina.

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