O português

Existem pelo menos dez países onde o português é tido como língua oficial, e, em nenhum deles o idioma é cem por cento igual. Cada um possui sua norma culta, seus dialetos e sua forma de aceitar as variações deste, dificultando a equiparação de suas línguas. Cada lugar tem sua história e cultura, portanto, como José Saramago havia dito no documentário Língua- Vidas em Português: “ Não existe uma língua portuguesa, existem línguas em português”.
   Tomando como exemplo o Brasil, no que se refere à língua, houveram diversas transformações não apenas na forma de escrever mas na maneira de falar também. Ao chegar em solo brasileiro, o idioma falado em Portugal fora encorpado com palavras indígenas como mandioca, abacaxi e capim. Logo em seguida, mais palavras, desta vez de origem africana, adentraram no “português brasileiro” tal qual abadá, acarajé e cafuné. Essas transformações, dentre outras, mudaram muito o português do Brasil daquele de Portugal, tornando nítidas essas diferenças.
   Sendo a maior delas gerada pelas influências das línguas locais no português original pode se considerar que um idioma como o de Moçambique, tendo sofrido influência de cerca de vinte dialetos locais não deve ser igualado ao falado em Portugal, nem mesmo ao do Brasil. São independentes e pulsam nestes países tal qual o sangue nas veias, que apesar de nos seres humanos alguns serem do mesmo tipo, não possuem o mesmo DNA.

 Não se pode dizer que uma borboleta é igual a uma lagarta, mesmo que uma tenha originado a outra.  Levando em conta todas as metamorfoses que a Língua portuguesa sofreu ao longo dos anos, sendo elas gramaticais, fonéticas ou de significado, podemos afirmar que não há um idioma unificado e sim, países que tiveram sua origem na língua de Portugal e que, ao longo dos anos, construíram, embasados no original, seu próprio idioma contendo traços de sua identidade, formando várias línguas diferentes em português.

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